“Não consigo separar o erotismo da comida e não vejo razão para fazê-lo; ao contrário, pretendo continuar desfrutando de ambos enquanto tiver forças e bom humor.”


Conhecia um pouco do trabalho de Isabel Allende, mas somente seu lado com viés político, até que em um jantar uma amiga me apresentou Afrodite. No dia seguinte comecei a ler. Ainda na introdução descobri que esse era o livro que procurava sem saber que existia. Com propriedade, experiência, sem clichês e com uma liguagem descontraída, Isabel fala da relação entre comida e sexo e de como ambos se completam na relação que temos com o prazer. A proposta é de experimentar receitas, sentidos e situações em que a comida inspire o sexo e vice e versa. “Os afrodisíacos são a ponte entre a gula e a luxúria”, ela simplifica. Ainda falta um pouco para o fim (não resisti em escrever sobre o livro antes disso) mas fica claro que para a autora não há nada mais afrodisíaco e prazeroso do que se permitir tanto em receitas como no amor.

“As pessoas que ganham a vida com esforço e rezam escondidas, como você e eu, improvisam o melhor possível entre panelas e lençóis, aproveitando o que se tem a mão, sem pensar muito no assunto e sem muita pompa, agradecidas pelos dentes que restam e pela sorte imensa de ter quem abraçar”.

A foto foi um presente de Cecília Araújo. E o livro veio da bibilioteca particular da  Flávia Prupest.